sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Uma Paz Definitiva e eterna?

Que dera que assim fosse!
Quem não o deseja profunda e intimamente?
Mas, diz Jesus, "o trigo e o joio crescem juntos"! E assim será até ao fim dos tempos.

Um meu amigo, escreve-me, de Portugal, e pergunta: " Que dizes à euforia da assinatura de mais um acordo entre a Frelimo e a Renamo?"

Como milhões de pessoas, procurei acompanhar o histórico acontecimento via RM... De facto, só ouvi coisa eufóricas, o que se pode compreender.

Num lapsozito, passei por uma entrevista do Raul Domingos, chefe das negociações da Renamo que conduziram a assinatura do AGP-Roma-Outubro 1992, que já me pareceu mais realista e menos eufórico.

Creio que a imediata pergunta do meu amigo de Portugal exprime as inquietações de todos os que queremos bem a esta terra moçambicana, mas já desconfiados a sentirmos para dentro: será que vai dar certo? 

Ou vai dar o mesmo que o AGP-Roma 1992? 

Ou o de 2014, assinado, por Guebuza (o das dívidas ocultas) e Dlhakama, exactamente nas presentes circunstâncias, para viabilizar eleições que depois descambaram no que vimos?

Mas claro que todos desejamos que desta vez seja uma Paz mesmo defintiva e para sempre.
A bola, como nos passados 27 anos, está do lado da Frelimo: cumprir, ou não, com transparência!

Abandonar tudo o que sejam manobras de suspeição nas eleições que se avizinham que, registemos, vão ser geridas por uma CNE sem nenhuma credibilidade. 

Para já, e de imediato, CORRIGIR as maroscas do recenseamento: não só eliminar o exagero de Gaza mas, também abrir uma semana de recenseamento extraordinária, para que os milhões de Nampula e Zambézia possam ser inseridos nos cadernos eleitorais. 


Atenção: os não recenseados não o foram por culpa própria, mas da diabólica máquina montada para obstaculizar pessoas que acorriam aos postos e eram despedidas com estúpidas alegações.  

Esta é a prova imediata. Só assim se pode falar em Boa Fé neste acordo que se diz querer ser para uma Paz Definitiva!


 E, finalmente, aniquilar os Esquadões da Morte! Não é possível acreditar que o SISE não saiba quem comanda essa máquina de terror!

Se, como ontem se ouvia a euforia dos populares dizendo que agora vamos poder circular livremente pelas estradas, não é verdade que este acordo elimine o medo larvar que atravessa a sociedade moçambicana. 

Só com total liberdade política, isenta de ameaças, se pode falar em PAZ.

E, por favor, respeitem a figura gigante do Papa Francisco, não abusando na publicitação useira e vezeira da sua vinda. Respeitem! 

Todos estamos expectantes para ouvirmos as suas palavras numa situação tão delicada, melindrosa e armadilhada que lhe criaram. Mas "Deus escreve direito por linhas tortas" e ele vai sair-se bem da tarefa!