segunda-feira, 25 de novembro de 2013

QUERIDOS AMIGOS DO POVO MOÇAMBICANO

30 de Outubro de 2013

A minha intuição de há mais de 1 ano vai-se concretizando. Desde que Dlhakhama se posicionou na emblemática Gorongosa eu vislumbrei o cenário: ele força a situação, como pode, para obrigar a Frelimo à correcção do pacote eleitoral (CNE e STAE) e, de caminho, Guebuza a proveita a deixa para se perpetuar no poder imitando JES (Angola).
Há 1 ano eu acusava Dlhakhama de estar a fazer um favor a Guebuza. Muita gente dizia, em Moçambique, que ele recebia o seu para isso: fingir que era oposição democrática. Hoje acredito que não fosse um favor consciente, mas, pelo estado em que estamos, objectivamente, assim aconteceu.
Ao não conseguir alterar a constituição da República, Guebuza, fazendo jus aos seus dotes políticos (cf Alice Mabote), vem jogando todas as pedras do seu xadrez, com o intuito inconfessado (cf texto de Salomão Moiane anexo) de se perpetuar no poder. Basta que não haja eleições, sejam elas transparentes ou opacas.
A imprensa livre de Moçambique tem feito o seu papel de esclarecimento. Veja-se o SAVANA nº 1033 e o texto de Salomão Moiane (Magazine Independente) que aqui utilizo, anexando, com a devida vénia. Também não falta quem opine que Guebuza não está agarrado ao poder, deseja sinceramente que as eleições se façam, mas já não conseguirá “comandar” todo o Partido Frelimo, sobretudo a ala mais belicosa e militarista. Será?
 Na manhazinha do dia 30 de Outubro, como em cada dia, estando em Lisboa, sintonizei a RDPAfrica para ter mais notícias de Moçambique… Experimentei um instante de esperança quando o locutor anunciou “Hoje, em Maputo, Plataforma da sociedade civil….”. Mas não era a ansiedada mobilização das forças vivas da Nação para decidirem intervir em favor da Paz no país. …Algo de luta contra o HIV/Sida. Sobre a situação político-militar, nada. Desgraçadamente, em sintonia com aminha resposta a muitos amigos que me telefonam, o locutor anuncia uma entrevista no jornal PUBLICO (Lisboa, 30 Nov), de Lourenço do Rosário, intitulada “Moçambique vive uma situação de guerra não declarada”.
Entretanto, nos mesmos dias, a Liga dos Direitos Humanos levou a efeito uma manifestação pela Paz. Em Portugal houve quem anunciasse 30.000 pessoas! Outras acham que eram mais. No entanto, pela imagem de TV, não me pareceu que se tratasse daquela mole humana que a situação aflitiva que vivemos no país, justificaria. No Maputo, pelo menos 200 mil pessoas não seria demais!
É hora limite de exigirmos ao Presidente Guebuza que se submeta ao mais elementar bom senso de aceitar todas as mediações e conselhos da gente moçambicana que lhe exige PAZ e abandone todos os seus caprichos (cf Jorge Rebelo no Savana 1032).
Haja Paz!
Zé Luzia