quinta-feira, 15 de junho de 2017

Biblioteca D. Manuel Vieira Pinto 4

Para uma informação mais cabal, e enquanto me não chega a Declaração Política do MDM (que me está prometida) é de toda a justiça e conveniência que se publique a opinião do Partido Humanitário de Moçambique - PAHUMO - notável pela nobreza e a coerência da sua atitude, distinguindo bem a envergadura do homenageando das tricas políticas.

Abaixo insiro os 2 textos que me foram fornecidos pela sua representante na Assembleia Municipal, Filomena Muturopa.




Fundamentação da Proposta de Nome da Biblioteca Municipal Dom Manuel Vieira Pinto 

Lida atenciosamente a fundamentação da proposta de nome da biblioteca Municipal Dom Manuel Vieira Pinto, do seu historial durante os 34 anos como filho Moçambicano e de Deus, e que abraçou e ajudou na luta pacifica contra o regime colonial em defesa da autodeterminação do Povo Moçambicano . 

. Pela iniciativa trazida no pensar para o reconhecimento do nome Dom Manuel Vieira Pinto, é lógico para a Bancada PAHUMO, porque vem num momento exacto da reflexão que a Igreja Católica procurou e procura em busca da dignidade do homem que cada dia está se perdendo o seu valor. E ai aparece o Pahumo como solução de resgatar a dignidade do homem.

Nampula ao 4 de Abril de 2017


DECLARAÇÃO DO VOTO
A Bancada do PAHUMO considera justo que o município de Nampula procura dar visibilidade à figura deste grande Nampulense de etnia maioritária do Povo moçambicano em especial a província de Nampula, de adoção e coração em Cristo.
De facto é de nosso conhecimento e sabedoria que em Cristo o Dom Manuel Vieira foi um homem que:
- Apoiou na luta pacífica travada contra o regime colonial em defesa da libertação do povo moçambicano;
- Os esforços empenhados por ele após a independência para busca de caminhos de algo para o fim da guerra civil;
- O empenho de Dom Manuel Vieira para a extensão do Ensino Superior para zona Norte do Pais, o que culminou cor a instalação da Universidade Católica em Nampula em que era uma pedra no sapato, mesmo com outras Universidades UP mesmo após a independência era difícil a sua Instalação. Por isso, Voto Favorável.

Nampula ao 5 de Abril de 2017
 

terça-feira, 13 de junho de 2017

Biblioteca D. Manuel Vieira Pinto 3





 Reagindo à declaração da bancada da Frelimo


Tal como já disse anteriormente, continuo a pensar que a bancada da Frelimo na Assembleia Municipal de Nampula perdeu uma excelente ocasião de provar, sem qualquer sombra de dúvida, aquilo que afirma: “respeita a pessoa do Dom Manuel Vieira Pinto, reconhece os seus feitos e préstimos dados ao país em geral e à Província e Cidade de Nampula em particular”.

Concedo que a Frelimo tem alguma razão ao criticar o executivo municipal por se ter distraído no tratamento atempado dos procedimentos regimentais, não tendo apresentado o assunto à AM há mais tempo, pelo menos antes que tivesse aparecido a placa indicando o lugar da sua construção o que induziu a pensar-se que tudo estava nos conformes. Mas é estranho que durante todos os meses que tal placa lá está ninguém tivesse interpelado o Conselho Municipal.

Porém, uma coisa é aprovar um nome a atribuir à Biblioteca a criar e, tanto quanto soube, era apenas e só isso que se pretendia, outra coisa são os outros aspectos correlativos: registo notarial, projectos arquitectónicos, fontes de financiamento, etc, etc, coisas que, naturalmente, só se consideram, publicamente, depois da existência concordada, pela entidade competente, neste caso, a AM.

Ter avançado com a ideia da proposta de criar uma Biblioteca Municipal a que se atribuiria o nome do nosso ex-arcebispo, Manuel Vieira Pinto cuja grandeza humana, pastoral e política é indiscutivelmente reconhecida – e pela declaração do Dr Kulyumba confessada –  parece mais do que sensato. Bastaria consultar os testemunhos já publicados de personalidades de alta  reputação como o ex-presidente Joaquim Chissano, o ex-Primeiro-Ministro, Mário Machungo, e o testemunho do escritor Mia Couto.

Em assunto de tão evidente consenso social e político (sei que todos os deputados reconhecem a envergadura do homenageando), parece-me demagógico estar a defender que “é preciso promover uma auscultação pública envolvendo todas as sensibilidades e todos os extractos sociais: académicos, anciãos, líderes comunitários, etc.”. Seria um puro exercício burocrático de legalismo regulamentar e político. Desnecessário e, por isso, inútil. Perda de tempo.

Será que o Povo moçambicano, do Rovuma ao Maputo (e já não acrescento do Zumbo ao Índico) foi consultado para se apor o nome do hoje controverso ex-Presidente da República à ponte sobre o rio Zambeze entre o Caia e a Zambézia? E se o tivessem referendado, será que se constataria tão evidente consenso como o de Vieira Pinto? Haja bom senso. Tudo tem os seus limites e circunstâncias. Não são os deputados  representantes bastante para tomarem uma decisão de evidente consenso público? Claro que são!

Pergunta ainda o Dr Kulyumba qual o motivo da pressa. Qualquer pessoa minimamente cidadã pode discernir até mais do que um motivo... Um deles, porventura não sendo politicamente o mais relevante, poderá ser o de querer, de algum modo, ainda no presente mandato municipal, resgatar o esquecimento que, afinal, já se estende por alguns anos.

Afinal, desde 1998 que o Município de Nampula existe. É verdade que à estrada que desce para o Bairro do Namicopo foi atribuído, oportunamente, no tempo da presidência do Dr Chereua, o nome do D. Manuel.

Mas que foi feito nesta cidade, após a sua retirada, em Março de 2001, para enfatizar e rentabilizar tal figura e o seu património intelectual, social, cultural e político, não esquecendo, obviamente, o seu domínio mais específico, de natureza religiosa e pastoral, alicerce de todas as suas atitudes? Não foi a Frelimo, anos a fio, a gestora deste Município, até 2013?

Como acima refiro, tem todo o sentido criticar o executivo municipal pela distração em ter avançado com a publicitação da localização da futura biblioteca sem ter cumprido o elementar procedimento junto da competente Assembleia Municipal. Por inadvertência, “pôs-se a carroça à frente dos bois”. Mas que prejuízo real daí adveio à cidade?

Aproveitar este anódino deslize legal, que, a meu ver, poderia ter sido devidamente escalpelizado em sede de assembleia, para nem sequer permitir que o assunto fosse agendado é, a meu ver, e dito em linguagem popular, politiquice; é desqualificar a dignidade e a nobreza da Política que, no dizer do Papa Francisco - de quem Manuel Vieira Pinto foi um magistral precursor nas terras moçambicanas - embora tão denegrida (e por culpa de quem, pergunto eu?)  é uma sublime vocação, é uma das formas mais preciosas da caridade, porque busca o bem comum”.

 Claro que aos deputados do MDM eu assaco iguais críticas mais uma: como já disse antes, abstendo-se, têm a atitude hipócrita de Pilatos para com a morte de Jesus Cristo “Estou inocente do sangue deste Justo”!

Deixo-vos um desafio: tratem de desagravar, quanto antes, aquilo que ofenderam: a figura de Vieira Pinto e a vossa própria dignidade política. Errar é humano! Mas emendar-se também o é. Para os homens e mulheres de alma grande e honra por inteiro.




quarta-feira, 7 de junho de 2017

Biblioteca D.Manuel Vieira Pinto - 2

Para melhor e mais objectiva informação, abaixo insiro a declaração da bancada da Frelimo que me foi fornecida pelo respectivo chefe, Dr Pedro Kulyumba, a quem agradeço. Certamente que dentro de dias voltarei ao assunto, pronunciando-me sobre este texto.



MUNICIPIO DE NAMPULA
     ASSEMBLEIA MUNICIPAL

BANCADA DA FRELIMO NA ASSEMBLEIA MUNICIPAL
Declaração da Retirada da Proposta de Atribuição do Nome de Dom Manuel Vieira Pinto à Biblioteca Municipal da Cidade de Nampula

A Bancada da FRELIMO, respeita a pessoa do Dom Manuel Vieira Pinto, reconhece os seus feitos e préstimos dados ao país em geral e à Província e Cidade de Nampula em particular.
No entanto, é preciso promover uma auscultação pública envolvendo todas as sensibilidades e todos os extractos sociais: académicos, anciãos, líderes comunitários, etc. sob pena de estardes a pautar por administração exclusiva e não inclusiva como defendeis.
Além do mais, tudo parece indicar que ainda não consta nenhuma Biblioteca Municipal nenhures e algures na urbe. É verdade que na Praça do Destacamento Feminino existe uma placa das futuras instalações da Biblioteca Municipal com o nome em alusão, sinal de que não é uma proposta que aqui nos é apresentada, mas sim, um dado adquirido. O Executivo está a tratar a Assembleia Municipal como um bobo da festa. Logo, mais uma vez, assistimos impavidamente a violação e o atropelo das normas por parte do Executivo Municipal.
 Como se pode dar nome a um ser inexistente? Qual a razão de tanta pressa?
   A Bancada da FRELIMO acha impertinente a proposta que é-nos presente.
Desta maneira a Bancada da FRELIMO, minha Bancada propõe a retirada incondicional dos dois pontos da agenda acima referenciados.
Unidade
Paz e Desenvolvimento
FRELIMO, a Força da Mudança
    Nampula, aos 05 de Abril de 2017
PELA ATENÇÃO DISPENSADA
MUITO OBRIGADO!