Quando falta a dignidade na política!
O manobrismo dos deputados
municipais do MDM
Ainda continuo à espera que o senhor Américo Costa, chefe da
bancada do MDM na AM de Nampula me forneça, como prometeu em SMS, a declaração
política proferida na sessão de 4 de Abril passado, quando, por abstenção, assim aproveitando o voto contra da Frelimo, optou por não
viabilizar, de imediato, a atribuição do nome do nosso Arcebispo Emérito, Manuel
Vieira Pinto à futura – e a criar – Biblioteca Municipal.
Entretanto fui contactado por SMS pelo mesmo senhor deputado,
no dia 23 de Junho, que pretendia avistar-se comigo para "falarmos frente a frente". Porém, no mesmo dia me dizia que, estando na sede da
Delegação do seu partido na cidade de Nampula, estava sem transporte. Um chefe político sem transporte? Apesar
dos limites da minha saúde naqueles dias devido a uma malária, dispus-me a
recebê-lo na minha casa, no Marrere, lembrando-lhe que os transportes
municipais, - vulgo “mopoli” – estavam a funcionar. Nunca mais o senhor reagiu.
Entretanto, via media, chegou ao meu conhecimento a recente nota
de imprensa que o MDM-Nampula divulgou a respeito do mesmo assunto.
Partilhei esse comunicado com dois altos quadros do MDM.
Ambos reagiram.
Um disse:
“Muito obrigado, pela partilha.
De facto, trata-se de um argumento a que se ajusta, como uma luva, o vetusto
dito de que ‘foi pior a emenda que o soneto’. Há, de facto, uma ausência total
de sentido do bem público e um fundamentalismo partidário e sectário que
devemos, a todos os níveis, géneros e tipos, condenar com veemência”;
E o outro disse:
“Concordo com a sua leitura. Fiz
chegar à liderança do Partido. Aliás, em Abril, exarei uma carta à direcção do
partido onde manifestava a minha discordância em relação à posição da Bancada
da Assembleia Municipal”.
Relativamente ao
Comunicado agora difundido, que contém alguns argumentos coincidentes com os da
Frelimo, como seja a consulta à sociedade civil e à Igreja Católica (creio que
querem dizer à Arquidiocese de Nampula), remeto os leitores para as apreciações que já fiz antes
a propósito.
Permito-me, apesar de tudo, informar que, apesar de apenas
por motivos de delicadeza e cortesia ter sido consultado, desde a 1ª hora este projecto
teve o assentimento do então Arcebispo Tomé Makhweliha que acabaria por o
formalizar em carta escrita
.
Reiterarei que não vale a pena tentarem emendar a mão os que,
à partida, enxovalharam o nome de Manuel Vieira Pinto abusando dos seus poderes
políticos e regimentais. Deveriam ter o seu alegado respeito por esta gigante figura da nossa história recente ultrapassando as quesílias e birras das suas politiquices.
Se é verdade que o Presidente Amurane podia ter ganhos
políticos com este projecto, não é menos verdade que com a sua recusa, estes políticos
arriscam-se a desperdiçá-los. Todas as forças políticas teriam a
ganhar apoiando, sem restrições, tal proposta. Não o ter feito é, a meu ver,
miopia política que se pagará, porque Vieira Pinto AINDA está no coração do
Povo!