quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Portagens em Nampula

6 de fevereiro 2014

Portagens em Nampula - serviço público?


Transcrevo:


Projectada concessão
de cinco estradas a gestão privada
Os troços das estradas Matola-Boane, Marracuene-Lindela, Nampula- Nacala, Vanduzi-Changara e Monapo-Ilha de Moçambique foram identificados como sendo prioritários para passarem a gestão privada, supostamente para garantir a sua manutenção, onde os utentes passarão a pagar portagem para nelas transitarem.
Jornal PONTO CERTO 23.01.2014


Demissão do Estado?
Não posso acreditar no que leio... Percebo pouco  dos assuntos em questão, mas esta medida parece-me mais uma das ditas liberalizações que acredita que o privado é que é bom. Creio que tal como eu haverá muita gente que se vai indignar com esta medida.
Sempre ouvi dizer que as portagens deveriam ser a alternativa melhorada (por isso paga) a outras estradas que, embora sendo mais demoradas, garantem a circulação a quem entender não querer , ou não poder pagar uma portagem.
Certamente que todos estamos ainda lembrados da indignação,por parte de muitos condutores, incluindo os de transportes ditos semi-colectivos, vulgo, chapas, aquando do aparecimento da portagem da Matola. De facto a teimosia administrativa venceu e a alternativa, que apesar de tudo existe (embora muito perigosa - pelas 18.30 h já fui alvo de tentativa de assalto, por 2 vezes estando numa bicha do circulando do Fomento  para a Machava/Matola. 
Não estou, de facto, familiarizado com esta área. Mas, se já me parece pouco aceitável a portagem da Matola ( não só pelo tempo que faz perder em HORAS de ponta, mas também porque, finalmente, ao longo do percurso nós deparamos com tudo menos com uma auto-pista ou via rápida ou auto-estrada) pergunto onde vão aparecer as vias alternativas, livres de portagens, entre Nampula e Nacala e entre Monapo e Ilha de Moçambique, por onde os pacatos cidadãos possam circular livres do ônus da portagem? E quais serão os preços de tais portagens e quem as vai fixar, sendo evidente que o privado vai querer arrebanhar quanto mais puder?
As razões  aduzidas são, apenas, as da manutenção. Mas será que para confiar a dita manutenção   a privados (singela confissão de incompetência do aparelho administrativo do governo) temos de ser nós, o comum dos cidadãos, a pagar uma incapacidade do Estado? Seria descabido  que  o governo, a partir do OE, para garantir a desejada manutenção de qualidade, concessionasse tal actividade a privados sem sobrecarregar os cidadãos? A menos que  o assegurar a circulação básica num pais já deixe de fazer parte das obrigações mínimas do Estado... Serão outros conceitos políticos a que eu, por enquanto, ainda não acedi...

E mais não digo, por ora, esperando ver outras opiniões.
ZL