quinta-feira, 16 de julho de 2020

AFRICA - Aonde Vais?





Africa: aonde vais? - 1
Guinea Bissau | Coronavirus | Politiker





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A vergonha de África!
52 anos depois de ter chegado a África como jovem aventureiro e missionário, nos derradeiros anos do colonialismo português, sinto que, por mais que hoje me esforce por cultivar o optimismo, o que cresce, sub-repticiamente, em mim, é o afropessimismo.

Sinto uma raiva danada por ter de me conformar com os ditos dos colonos portugueses (com honrosas e numerosas excepções) que nos anos pre-independência de Moçambique, falavam de todo  o perjúrio que se possa imaginar a respeito dos negros. E também dos ditos de muitos velhos negros (os poços de sabedoria africana!) que nas nossas horas de euforia libertária, rumo à independência, desabafam descrentes “Esta nossa pele...!”.

Hoje, podemos justificadamente perguntar “Quo vadis Africa?” / “Para onde vais África?”

Hoje, retenho aqui simplesmente esta referência da Guiné-Bissau que continua a dar mostras de um estado falhado, onde a lei ´vai sendo sistematicamente deitada no caixote do lixo, e com a aprovação das organizações internacionais africanas como a CEDEAO e a UA-União Africana, que pretendem ser expoentes do desejado e tão propalado Orgulho Africano.

Pobre África, que nos mais de 50 anos de independência não tem, praticamente, um estado digno de crédito e vem assassinando muitos dos seus esperançosos líderes como Patrice Lumumba, Thomas Sankhara, Eduardo Mondlane, Samora Machel, para já não falar da desastrosa Purga Angolana logo nos alvores da sua independência.

Como pode a CEDEAO ter o desplante e a falta de vergonha de aplaudir um governo ilegítimo, nomeado por um Presidente irregular que se arvorou em tal fora do ordenamento do seu próprio País, não esperando pelo veredicto do Supremo Tribunal do SEU País!

Que bagunça é esta?É assim que os Africanos querem ser tidos e considerados seja onde for?

O PAIGC pode ter muitos defeitos. Mas tentou fazer funcionar as instituições nacionais. Por que se lhe não dá a devida consideração?