segunda-feira, 25 de novembro de 2013

NUNO CASTEL BRANCO, ECONOMISTA REPUTADO DE MOÇAMBIQUE, ESCREVE AO PRESIDENTE GUEBUZA

16 de Novembro

A inquietação é generalizada nesta cidade do Maputo onde ainda me encontro: estrangeiros e moçambicanos, todos vivemos num inquietante clima de perplexidade. Muitos estrangeiros vão pondo a salvo os mais frágeis das suas famílias (mães e crianças); a Escola Portuguesa parece que já teria um êxodo de mais de 60 alunos/as o mesmo se estando a passar com outras escolas de marcas internacionais.

Documentos relevantes, estes dias, pressionando o Governo do Presidente Guebuza:

- Carta do economista moçambicano, Nuno Castel Branco e sua resposta a alguns dos adversários que o contestaram, obviamente, da área restrita do governo. Não digo da FFRELIMO onde, não tenho dúvidas, há muita e importante gente que concorda com o Prof Castel Branco. (lER AQUI A CARTA COMPLETA)

Sem surpresa, os media do regime - a Rádio Moçambique – começaram, ontem, a emitir anúncios do que Jorge Rebelo chamaria, creio, de lambebotas, a repudiar as opiniões de Castel Branco chegando ao descaramento de apelar à intervenção do Ministério Público! Não admira, sempre parece quererem seguir a cartilha do angolano JES.

CARTA DE ALICE MABOTA - DA PRESIDENTE DA LIGA DE DIREITOS HUMANOS DE MOÇAMBIQUE

- ENTREVISTA DE JORGE REBELO

QUERIDOS AMIGOS DO POVO MOÇAMBICANO

30 de Outubro de 2013

A minha intuição de há mais de 1 ano vai-se concretizando. Desde que Dlhakhama se posicionou na emblemática Gorongosa eu vislumbrei o cenário: ele força a situação, como pode, para obrigar a Frelimo à correcção do pacote eleitoral (CNE e STAE) e, de caminho, Guebuza a proveita a deixa para se perpetuar no poder imitando JES (Angola).
Há 1 ano eu acusava Dlhakhama de estar a fazer um favor a Guebuza. Muita gente dizia, em Moçambique, que ele recebia o seu para isso: fingir que era oposição democrática. Hoje acredito que não fosse um favor consciente, mas, pelo estado em que estamos, objectivamente, assim aconteceu.
Ao não conseguir alterar a constituição da República, Guebuza, fazendo jus aos seus dotes políticos (cf Alice Mabote), vem jogando todas as pedras do seu xadrez, com o intuito inconfessado (cf texto de Salomão Moiane anexo) de se perpetuar no poder. Basta que não haja eleições, sejam elas transparentes ou opacas.
A imprensa livre de Moçambique tem feito o seu papel de esclarecimento. Veja-se o SAVANA nº 1033 e o texto de Salomão Moiane (Magazine Independente) que aqui utilizo, anexando, com a devida vénia. Também não falta quem opine que Guebuza não está agarrado ao poder, deseja sinceramente que as eleições se façam, mas já não conseguirá “comandar” todo o Partido Frelimo, sobretudo a ala mais belicosa e militarista. Será?
 Na manhazinha do dia 30 de Outubro, como em cada dia, estando em Lisboa, sintonizei a RDPAfrica para ter mais notícias de Moçambique… Experimentei um instante de esperança quando o locutor anunciou “Hoje, em Maputo, Plataforma da sociedade civil….”. Mas não era a ansiedada mobilização das forças vivas da Nação para decidirem intervir em favor da Paz no país. …Algo de luta contra o HIV/Sida. Sobre a situação político-militar, nada. Desgraçadamente, em sintonia com aminha resposta a muitos amigos que me telefonam, o locutor anuncia uma entrevista no jornal PUBLICO (Lisboa, 30 Nov), de Lourenço do Rosário, intitulada “Moçambique vive uma situação de guerra não declarada”.
Entretanto, nos mesmos dias, a Liga dos Direitos Humanos levou a efeito uma manifestação pela Paz. Em Portugal houve quem anunciasse 30.000 pessoas! Outras acham que eram mais. No entanto, pela imagem de TV, não me pareceu que se tratasse daquela mole humana que a situação aflitiva que vivemos no país, justificaria. No Maputo, pelo menos 200 mil pessoas não seria demais!
É hora limite de exigirmos ao Presidente Guebuza que se submeta ao mais elementar bom senso de aceitar todas as mediações e conselhos da gente moçambicana que lhe exige PAZ e abandone todos os seus caprichos (cf Jorge Rebelo no Savana 1032).
Haja Paz!
Zé Luzia

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

SALOMÃO MOYANA - O FIM DA PAZ


O descalabro do processo de diálogo entre o Governo e a Renamo, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, afinal de contas, esconde o desejo camuflado de recurso fácil à violência como forma de alcançar objectivo inconfessáveis, estando a nação moçambicana, neste momento, coM pouquíssimas chances de continuar a garantir a paz e estabilidade política, o que terá reflexos na paralisação económica e social de um país que, nos últimos 21 anos, conheceu um franco desenvolvimento em vários sectores evido à prevalência da paz. (lei o resto do artigo neste link)

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Auto-construção assistida – solução para o problema habitacional dos pobres?


No último dia da minha estadia de cerca de 20 dias, em Setembro/Outubro de 2013 escutei, na Rádio Cabo-Verde, um excelente debate entre uma deputada do PAICV e outro do MDP, partido que detém a presidência da Câmara Municipal de S. Miguel. É o despique do costume entre forças políticas. E como o governo central é do PAICV, não será difícil imaginar as tricas entre 2 forças adversárias referenciadas ao mesmo território municipal como é, em Moçambique, o caso da Beira e Quelimane. Por um lado, o poder autárquico local de uma côr política, por outro, o governo central que, obviamente, tem a faca e o quijo na mão para condicionar o desempenho municipal.

Mas uma ideia acaba de ser aventada que me parece dever ser noticiada: para resolver o problema habitacional o município parece querer apostar na auto-construção assistida.

Quem conhece a degradação dos bairros suburbanos de Nampula não pode deixar de difundir esta excelente ideia. Parece-me que seria um acertado caminho para a ocupação das novas áreas habitacionais tais como Muhala-expansão, Marrere-expansão e outros.

Parece-me que seria, também, uma boa opção para tentar resolver o complexíssimo problema da urbanização dos intrincados e inexistentes arruamentos onde, mal se pode circular a pé, quanto mais de carro.

Não seria uma boa solução a ser apregoada pelos candidatos às eleições que se avizinham?
Imaginação é do que se precisa.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

jornalista Falume Chabane


O mesmo tribunal que em 2012 condenou o jornalista Falume Chabane por liderar uma campanha de denúncia a conduta discriminatória da escola imposta a menina Alsing Binda BIPS condenada pelo Tribunal de Sofala
Com tal sentença, também o tribunal limpa um pouco a sua face conspourcada, em 2012, por tão infame sentença. Não me pareceria descabida a publicitação dos juízes que proferiram sentenças tão contraditórias a respeito do mesmo caso.

E continuo a transcrever:

É uma decisão do mesmo tribunal que no ano passado condenou o jornalista Falume Chabane alegando calúnia e difamação a BIPS. Na altura dos factos Falume Chabane era editor
do Jornal O Autarca, tendo usado a sua influência mediática para promover uma campanha de repúdio público a conduta da escola, que acabou forçada
a reintegrar a menina no ano lectivo 2012.
O jornalista Falume Chabane foi condenado a 16 meses de pena suspensa e a pagar 600 mil meticais a escola e ao advogado da escola, uma sentença imediatamente recorrida.

Para ler o jornal Autarca, prima aqui

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A urgência da Paz em Moçambique

Mindelo, Cabo Verde, 26 de Setembro

Como se pode ver no Blog "PEREGRINAR NO MUNDO, PARTILHAR A VIDA", estando neste arquipélago onde reencontro a memória do tão inesquecível como Samora, Amilcar Cabral, vivo sempre, com alguma emoção, a data do início da luta armada de libertação nacional de Moçambique, infelizmente, também para o povo português, mais longa do que se desejaria.

foto de GREG MARINOVICH 
Como ainda tenho o relógio biológico ao ritmo de Moçambique, de novo, hoje, acordei cedíssimo (4:30 h locais – 7:30 de Moçambique). Assim, via RDPAfrica, vou acompanhando a actualidade moçambicana. O jornalista Arão Cuambe (creio que entendi bem apesar da sonolência matutina) entrevistou, alternadamente, o porta-voz da Frelimo (cujo nome não entendi bem) e o engº Lutero Simango (MDM), sobre as turbulências e ataques que, infelizmente, continuam a acontecer entre militantes dos seus respectivos partidos, semeando, ainda mais inquietação e insegurança na vida da nação.

Lamento ter de opinar quanto a expressão de um (MDM), contrastou, em coerência e objectividade, com a retórica típica de cassete partidária do outro (Frelimo). Não é politicamente decente, à falta de mais capacidade argumentativa, querer “parar o vento com a peneira”, teimando em reduzir o MDM a simples emanação da Renamo. É querer que todos os outros cidadãos somos estúpidos. E, isso, eu não o permito. 

Ao longo do dia, surgiu, na mesma RDPA, a notícia de mais uma ronda “extraordinária” de conversações entre a delegação do governo e da renamo. Infelizmente, nada de novo. Pergunto-me: mas essa gente vai para aqueles encontros de boa-fé ou simplesmente para fazer de conta? Porque se arrastam em trazer o país em suspenso por tempos infindos? Quais são, realmente, os desígnios de uma e outra parte? É tempo de não fazer do diálogo uma panaceia.

Já passou tempo de mais para que Guebuza e Dlhakhama não se decidam a avançar, com a determinação que todos esperamos, a bem de uma paz genuína. Mais curto é o caminho entre Sofala e Maputo do que Nova York ou Paris. O que é que realmente os impede? Não será tempo de as outras forças vivas da Nação serem mais exigentes e intervenientes, obrigando-os, em nome do povo, ao tão almejado encontro?

Não seria a hora de as Igrejas mais significativas – Igreja Católica, Igreja Anglicana, Igreja de Cristo em Moçambique, Igreja Metodista, e outras que se reconheçam no âmbito do diálogo ecuménico – entrarem decida e concertadamente, em nome da Profecia de que são portadoras em nome de Jesus de Nazaré, numa intervenção pública das tão variadas formas que nos caracterizam, em articulação com a multiplicidade dos seus fieis nas suas respectivas comunidades?

Quem, com mais credibilidade do que nós, poderia vir para a rua exigir o Diálogo da Paz, assente na corrente orante que nos faz fiés, credíveis e transparentes? O tempo urge!

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Do Mundo e da Igreja

Intervenção cívica e participação social

Esperamos, neste espaço, poder ir partilhando os nossos pontos de vista sobre os acontecimentos da vida social e as pontes que eles implicam com a vida das Igrejas, sobretudo em Moçambique.
Zé Luzia